O trecho de Mateus 6:5-15 é uma parte essencial do Sermão do Monte, no qual Jesus ensina aos seus discípulos sobre a verdadeira forma de se comunicar com Deus através da oração. O mundo espiritual muitas vezes era exibida para receber reconhecimento humano, Jesus oferece uma visão nova e profundamente espiritual sobre o que é orar e como essa prática nos aproxima do Pai. Neste ensinamento, Ele destaca a importância de orar de maneira sincera e também aborda o poder do perdão em nossas vidas espirituais e relacionamentos.
Jesus não apenas nos instrui sobre o que evitar ao orar, mas também oferece uma estrutura modelo na oração do Pai Nosso. Este estudo busca explorar o que significa orar de maneira autêntica, confiar na provisão diária de Deus, e a importância do perdão como fundamento da fé cristã. Cada versículo traz lições práticas e espirituais que podem transformar nossa compreensão da oração e nos ajudar a nos aproximar do coração de Deus.
Estudo Versículo por Versículo de Mateus 6:5-15
Mateus 6:5 – “E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.”
Jesus inicia este ensinamento abordando um problema comum da época: a hipocrisia religiosa. Muitos líderes religiosos oravam em público para receber elogios, mostrando uma espiritualidade que, na verdade, era superficial. Jesus explica que quem busca a aprovação dos homens, já “recebeu o seu galardão” – ou seja, o louvor humano é a única recompensa que obterão. Este versículo nos ensina a não buscar a aceitação alheia em nossa vida de oração, mas a buscar sinceridade e humildade diante de Deus, lembrando que Ele vê nosso coração e nossas intenções.
Mateus 6:6 – “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.”
Jesus contrasta a atitude dos hipócritas com a oração genuína, incentivando seus seguidores a orarem em segredo. Esta instrução não significa que toda oração deve ser feita em privado, mas que a verdadeira oração não busca exibição. Orar no “aposento” simboliza uma conexão íntima e pessoal com Deus, onde o foco é a presença divina, e não o reconhecimento humano. Esta atitude de devoção profunda é recompensada por Deus, que vê nossa sinceridade e responde de maneira que honra nossa fé genuína.
Mateus 6:7-8 – “E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes.”
Jesus orienta a não usar “vãs repetições” na oração, uma prática comum entre os gentios que acreditavam que a quantidade de palavras garantiria que suas preces fossem ouvidas. Jesus nos lembra que Deus conhece nossas necessidades antes mesmo de as apresentarmos. A verdadeira oração não está na quantidade de palavras, mas na qualidade de nossa conexão com Deus. A oração é um diálogo de confiança, onde expressamos nossa dependência de Deus, confiando que Ele já sabe o que precisamos e nos atende com sabedoria.
Mateus 6:9 – “Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome.”
Com o início do “Pai Nosso”, Jesus nos ensina a nos dirigirmos a Deus com intimidade (“Pai”) e reverência (“santificado seja o teu nome”). Ao chamá-lo de Pai, somos lembrados de nossa filiação e de Sua autoridade amorosa sobre nós. A santidade de Deus deve ser respeitada, e orar por Sua santificação implica um desejo sincero de ver o nome de Deus honrado na nossa vida e no mundo.
Mateus 6:10 – “Venha o teu Reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.”
Neste versículo, oramos pela manifestação do Reino de Deus e por Sua vontade soberana em nossas vidas. Isso reflete uma entrega completa à autoridade divina, buscando viver de acordo com os valores do Reino, que é justiça, paz e amor. Orar “seja feita a tua vontade” é um ato de submissão, onde desejamos que o propósito de Deus se cumpra, mesmo que contrarie nossos desejos pessoais.
Mateus 6:11 – “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.”
Aqui, Jesus nos ensina a pedir por nossas necessidades diárias. O “pão” representa o sustento básico, mas também simboliza nossa confiança em Deus como provedor de tudo o que precisamos. Esta súplica nos lembra de viver um dia de cada vez, dependendo da provisão de Deus e reconhecendo que cada bênção vem dEle.
Mateus 6:12 – “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores.”
Este versículo é um convite para refletirmos sobre o perdão. Jesus nos ensina que devemos perdoar para sermos perdoados, revelando a importância de um coração disposto a liberar perdão. Em Mateus 18:21-22, Jesus reforça essa ideia ao ensinar que devemos perdoar “setenta vezes sete”. A prática do perdão nos liberta do ressentimento e promove paz, pois ao perdoarmos os outros, experimentamos o verdadeiro significado da graça de Deus.
Mateus 6:13 – “E não nos induzas à tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém.”
Ao pedir que Deus nos livre da tentação e do mal, demonstramos nossa necessidade constante de Sua proteção. Jesus nos ensina a reconhecer nossa vulnerabilidade espiritual e a buscar a ajuda divina para resistir ao pecado. A oração finaliza com uma declaração de fé na soberania e no poder de Deus, reconhecendo que Ele tem autoridade sobre tudo e merece toda a glória eternamente.
Mateus 6:14-15 – “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas.”
Esses versículos reforçam a importância do perdão como condição para o relacionamento com Deus. A falta de perdão afeta nossa comunhão com Ele, pois o coração endurecido pelo rancor impede que experimentemos o perdão divino. Jesus nos ensina que, ao perdoarmos, espelhamos a compaixão que recebemos de Deus, vivendo conforme os princípios do Reino.
Conclusão
Este ensinamento de Jesus em Mateus 6:5-15 é uma lição sobre uma vida sincera de dependência de Deus. O modelo de oração do Pai Nosso é uma expressão de confiança, humildade e entrega total a Deus, onde cada palavra revela nossa dependência e nosso desejo de viver em harmonia com Ele e com os outros. Ao evitar a hipocrisia e as vãs repetições, nos aproximamos de Deus com sinceridade, colocando diante dEle tanto nossas necessidades quanto nossa devoção.
A oração ensinada por Jesus nos convida a ter um relacionamento profundo com Deus, baseado na intimidade e no respeito. A provisão diária, o perdão e a proteção que buscamos na oração refletem a confiança em um Pai amoroso, que conhece nossas necessidades e está disposto a nos ajudar.
Além disso, o chamado ao perdão nos lembra que a vida cristã é vivida em comunidade e que nossa comunhão com Deus é reforçada pela maneira como tratamos os outros. A prática do perdão não é fácil, mas é essencial para experimentar a graça de Deus e vivê-la plenamente em nosso cotidiano.
Ao compreender e praticar esses ensinamentos, somos transformados em nossa vida espiritual e nos tornamos verdadeiros representantes do amor de Deus. Assim, a oração se torna uma prática viva e eficaz, que nos fortalece, guia e aproxima cada vez mais do coração de nosso Pai celestial.
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