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A História de Ester: Coragem e Providência Divina

O Livro de Ester é uma das narrativas mais fascinantes e dramáticas do Antigo Testamento. Este livro descreve a história de uma jovem judia que, por meio de uma série de eventos extraordinários, se torna rainha da Pérsia e salva seu povo da destruição. O enredo é repleto de reviravoltas, conspirações e uma profunda demonstração da providência divina. Ao estudar Ester, podemos observar como Deus trabalha nos bastidores para proteger e guiar Seu povo, mesmo quando Seu nome não é mencionado explicitamente no texto.

Neste estudo, vamos explorar o livro de Ester em detalhes, examinando os versículos e suas implicações, e refletindo sobre como a coragem de Ester e a fidelidade de Mardoqueu podem nos inspirar hoje. Vamos nos aprofundar na estrutura narrativa, nos personagens principais e nas lições teológicas que emergem dessa história notável.

Capítulo 1: A Festa de Assuero e a Deposição de Vasti

Ester 1:1-4: “Sucedeu, pois, nos dias de Assuero, o mesmo Assuero que reinou desde a Índia até a Etiópia, sobre cento e vinte e sete províncias, que, naqueles dias, assentando-se o rei Assuero sobre o trono do seu reino, que estava na fortaleza de Susã, no terceiro ano do seu reinado, fez um banquete a todos os seus príncipes e servos, estando com ele o poder da Pérsia e da Média, os nobres e os príncipes das províncias, para mostrar as riquezas da glória do seu reino, e o esplendor da sua excelente grandeza, por muitos dias, a saber, cento e oitenta dias.”

Explicação: O rei Assuero (ou Xerxes I) era um monarca poderoso que governava um vasto império. O banquete que ele realizou durante seis meses tinha o objetivo de exibir a riqueza e o poder do seu reino. Esse evento grandioso estabelece o cenário de opulência e autoridade que caracteriza o início do livro. A referência à fortaleza de Susã sublinha a centralidade do poder político e militar do rei. Esse contexto de extravagância e excessos prepara o palco para os eventos que se seguirão.

Ester 1:5-9: “E, acabados aqueles dias, fez o rei um banquete a todo o povo que se achava na fortaleza de Susã, desde o maior até ao menor, por sete dias, no pátio do jardim do palácio do rei. As cortinas, de linho branco, verde e azul celeste, estavam suspensas por cordões de linho fino e púrpura, e anéis de prata, sobre colunas de mármore; os leitos eram de ouro e de prata, sobre um pavimento de pórfiro, e de mármore, e de alabastro, e de safira. E dava-se de beber em vasos de ouro, e vasos de várias espécies, e havia muito vinho real, conforme o estado do rei. E o beber era, por lei, sem constrangimento, porque assim tinha ordenado o rei a todos os grandes da sua casa, que fizessem conforme a vontade de cada um. Também a rainha Vasti deu um banquete às mulheres, na casa real do rei Assuero.”

Explicação: Após o banquete para os nobres e príncipes, Assuero organiza uma festa para todo o povo de Susã, desde os mais importantes até os mais humildes. Essa inclusão de todas as classes sociais demonstra a tentativa do rei de ganhar favor e mostrar sua generosidade. A descrição detalhada da decoração e do luxo presente enfatiza a grandiosidade do evento. Ao mesmo tempo, a rainha Vasti realiza seu próprio banquete, destacando a distinção de papéis e a separação de gênero na corte persa.

Ester 1:10-12: “E ao sétimo dia, estando já o coração do rei alegre do vinho, mandou a Meumã, Bizta, Harbona, Bigta, Abagta, Zetar e a Carcas, os sete eunucos que serviam na presença do rei Assuero, que introduzissem na presença do rei a rainha Vasti, com a coroa real, para mostrar aos povos e aos príncipes a sua formosura; porque era formosa à vista. Porém a rainha Vasti recusou vir conforme a palavra do rei por intermédio dos eunucos; pelo que o rei muito se enfureceu, e ardeu nele a sua ira.”

Explicação: A recusa de Vasti em obedecer à ordem do rei para se apresentar diante dos convidados é um ponto de virada crucial na narrativa. A motivação exata de Vasti não é explicitada, mas sua ação é interpretada como um ato de desobediência e insubordinação. A reação de Assuero é imediata e intensa, revelando a fragilidade do poder absoluto quando confrontado com resistência. Essa decisão de Vasti abre caminho para a busca de uma nova rainha, que será Ester.

Capítulo 2: A Ascensão de Ester

Ester 2:1-4: “Depois destas coisas, apaziguando-se já a ira do rei Assuero, lembrou-se de Vasti, e do que fizera, e do que se tinha decretado contra ela. Então disseram os servos do rei, que o serviam: Busquem-se para o rei moças virgens e formosas. E ponha o rei comissários em todas as províncias do seu reino, que ajuntem todas as moças virgens e formosas na fortaleza de Susã, na casa das mulheres, debaixo da mão de Hegai, eunuco do rei, guarda das mulheres, e deem-se-lhes os seus enfeites. E a moça que parecer bem aos olhos do rei, reine em lugar de Vasti. E isto pareceu bem aos olhos do rei, e assim se fez.”

Explicação: Com a deposição de Vasti, o rei busca uma nova rainha, e um concurso de beleza é organizado. Jovens de todas as províncias são trazidas ao palácio para se apresentarem diante do rei. Essa seleção é um processo longo e rigoroso, refletindo a importância da escolha para a corte e para o próprio reino. Aqui somos introduzidos ao contexto em que Ester, uma jovem judia, será escolhida.

Ester 2:5-7: “Havia então um homem judeu na fortaleza de Susã, cujo nome era Mardoqueu, filho de Jair, filho de Simei, filho de Quis, homem benjamita, que fora transportado de Jerusalém com os cativos que foram transportados com Jeconias, rei de Judá, que Nabucodonosor, rei de Babilônia, transportara. Este criara a Hadassa, que é Ester, filha de seu tio, porque não tinha pai nem mãe; e era jovem bela de presença e formosa à vista; e, morrendo seu pai e sua mãe, Mardoqueu a tomara por sua filha.”

Explicação: Mardoqueu, um judeu que vivia em Susã, é apresentado como guardião de Ester (Hadassa), que havia perdido seus pais. A menção do exílio dos judeus contextualiza a situação de Ester como uma estrangeira no império persa. Sua beleza é destacada, o que será um fator crucial para sua seleção como rainha. A relação de Mardoqueu com Ester será vital para os eventos que se desenrolarão.

Conclusão

O livro de Ester é uma poderosa narrativa sobre a providência divina e a coragem em face da adversidade. Ester, uma jovem judia, se torna uma figura central na salvação de seu povo, demonstrando que Deus pode usar pessoas comuns para cumprir Seus propósitos extraordinários. A história nos ensina sobre a importância de estar preparado para agir com fé e bravura quando as circunstâncias exigem.

A coragem de Ester, sua sabedoria e sua disposição para arriscar sua própria vida pelo bem de seu povo são lições valiosas para os crentes de hoje. Mardoqueu, com sua fé inabalável e orientação sábia, complementa essa narrativa, mostrando a importância da liderança espiritual e do apoio comunitário.

Através dos desafios e triunfos de Ester, vemos que, mesmo quando Deus parece estar ausente, Ele está trabalhando nos bastidores, guiando eventos e pessoas para realizar Seus planos. Isso nos encoraja a confiar em Deus em todas as situações, sabendo que Ele está no controle.

O livro de Ester nos lembra da importância de permanecer fiel e corajoso, independentemente das circunstâncias. A providência divina e a intervenção no momento certo são temas centrais que oferecem esperança e encorajamento para os crentes de todas as gerações.

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