A narrativa do retorno de José, Maria e Jesus à terra de Israel, após a morte de Herodes, é um dos momentos mais importantes na infância de Jesus. Mateus 2:19-23 nos apresenta um trecho de transição crucial que destaca tanto o cumprimento das profecias quanto as disposições divinas na proteção do Messias. Esta passagem revela como Deus converteu a família de Jesus para garantir o cumprimento do Seu plano redentor, protegendo o Salvador enquanto Ele ainda era uma criança.
Neste estudo, exploraremos detalhadamente cada versículo, compreendendo como a soberania de Deus se manifesta na condução da vida de Jesus e como esse texto reflete o cumprimento das promessas proféticas do Antigo Testamento. A jornada da família de Nazaré nos ensina sobre a fidelidade de Deus em cumprir Sua Palavra e nos inspira a confiar na orientação divina, mesmo quando enfrentamos incertezas.
Mateus 2:19 – “Morto, porém, Herodes, eis que o anjo do Senhor apareceu num sonho a José no Egito.”
A morte de Herodes, o Grande, marca o fim de um período de grande perseguição. Herodes, temendo perder seu trono, tentou a matança de todas as crianças em Belém (Mateus 2:16). Após sua morte, Deus enviou um anjo para comunicar a José que o perigo havia passado. Assim como o anjo havia orientado José a fugir para o Egito (Mateus 2:13), agora ele o guia de volta. Este versículo nos lembra que Deus está no controle de todas as situações e que Ele cuida daqueles que estão sob Sua proteção, como vemos em Salmos 121:7-8, que nos garante que Deus guarda nossa entrada e saída em segurança.
Mateus 2:20 – “Dizendo: Levanta-te, toma o menino e sua mãe, e vai para a terra de Israel; pois já estão mortos os que procuraram a morte do menino.”
O anjo não apenas instrui José a voltar, mas também o tranquiliza dizendo que aqueles que buscavam matar Jesus estavam mortos. A expressão “os que procuravam a morte do menino” é uma referência direta a Herodes e sua intenção maligna. Esta intervenção divina nos lembra que a vida de Jesus estava sob constante ameaça, mas as exceções de Deus jamais falharam. Em um sentido espiritual, isso também ilustra como Deus é o nosso escudo e proteção, como Davi afirma no Salmo 18:2: “O Senhor é a minha rocha e a minha fortaleza, e o meu libertador”.
Mateus 2:21 – “Então ele se clamou, nasceu o menino e sua mãe, e foi para a terra de Israel.”
José, obediente à instrução divina, imediatamente se levanta e parte rumo a Israel. A aprovação de José é um exemplo de fé e submissão à vontade de Deus, uma atitude que deve inspirar todos os crentes. Ele não questiona, mas segue as orientações recebidas, demonstrando uma confiança total no plano de Deus. Essa prontidão em obedecer é algo que também vemos na vida de Abraão (Gênesis 12:1-4), que, ao ser chamado por Deus para ir a uma terra desconhecida, obedeceu sem hesitação.
Mateus 2:22 – “Quando, porém, ouviu que Arquelau reinava na Judéia em lugar de Herodes, seu pai, temeu ir para lá; e, avisado em sonhos por divina revelação, foi habitar na região da Galileia.”
Arquelau, filho de Herodes, herdou o trono da Judéia e era conhecido por sua crueldade, o que fez com que José Temesse voltasse para lá. Mais uma vez, Deus intervém, orientando José por meio de um sonho. Em vez de retornar para a Judeia, José conduz sua família para a Galileia, uma região sob menor influência de Arquelau. A ação divina neste versículo nos ensina que Deus não apenas nos guia em grandes decisões, mas também nos livra de perigos desconhecidos. Como Provérbios 3:5-6 nos lembra, devemos confiar no Senhor de todo o nosso coração, pois Ele endireitará os nossos caminhos.
Mateus 2:23 – “E chegou, e habitou numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareno.”
Nazaré era uma cidade pequena e de pouca importância, mas foi o local escolhido por Deus para que Seu Filho fosse criado. Este versículo destaca a aplicação das profecias. Embora não haja uma profecia específica que mencione diretamente a palavra “Nazareno”, Mateus provavelmente está se referindo a textos proféticos que falam do desprezo pelo Messias (Isaías 53:3). Nazaré, uma cidade insignificante, simbolizava esse desprezo. Jesus, como “Nazareno”, cresceu sendo visto com desprezo pelos judeus, o que é confirmado mais tarde em João 1:46, quando Natanael pergunta: “De Nazaré pode vir alguma coisa boa?”.
Conclusão:
Mateus 2:19-23 nos mostra a continuidade das exceções divinas na vida de Jesus e de Sua família. Desde o início de Sua vida, o Salvador fez oposição, mas Deus interveio em cada etapa para garantir a segurança de Seu Filho e o cumprimento do plano redentor. Assim como José obedeceu prontamente à orientação divina, nós também somos chamados a seguir a direção de Deus em nossas vidas, confiando que Ele sabe o que é melhor para nós, mesmo quando não compreendemos todos os detalhes.
O retorno de Jesus à terra de Israel, especialmente à cidade de Nazaré, também nos lembra que Deus muitas vezes usa o que é insignificante aos olhos do mundo para cumprir Seus propósitos grandiosos. Nazaré, uma cidade desprezada, se torna o lar do Messias, o Salvador de toda a humanidade. Isso nos ensina que Deus pode usar até mesmo as coisas simples e despreocupadas para realizar grandes obras em nossas vidas.
Por fim, vemos o cumprimento das profecias como um tema central nesta passagem. Deus não falha em cumprir Sua Palavra. O retorno de Jesus a Israel e Sua vida em Nazaré confirmam que o plano de salvação foi meticulosamente traçado desde o início, e nós podemos confiar que cada promessa de Deus para nós também se cumprirá no tempo certo.
Este estudo nos convida a meditar sobre a importância de confiar na direção divina e a lembrar que Deus sempre está cuidando de cada detalhe de nossas vidas. Assim como Ele protegeu a vida de Jesus, Ele também nos guia com amor e proteção.
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