O convite do Senhor para sermos perfeitos, como é perfeito o nosso Pai celestial, ecoa como uma chamada transcendental para uma jornada de transformação espiritual. Em Mateus 5:48 – “Portanto, sejam perfeitos, como perfeito é seu Pai celestial.”, somos desafiados a almejar uma perfeição que espelhe a natureza divina. Vamos explorar as nuances desta instrução e como ela molda nosso entendimento da busca pela santidade.
A Natureza da Perfeição Divina: “Sede vós, pois, perfeitos…”
O imperativo divino de sermos perfeitos é inicialmente impactante. No entanto, é crucial entender a natureza dessa perfeição. Em Mateus 5:48, a palavra “perfeitos” traduz a ideia de integridade e completude moral. Não é uma perfeição baseada na ausência de falhas, mas sim na busca incessante pela conformidade com os padrões divinos.
Essa compreensão alinha-se com o conceito hebraico de “tamim,” que significa integridade ou integridade moral. No livro de Gênesis, Deus instrui Abraão: “Anda na minha presença e sê perfeito” (Gênesis 17:1). Aqui, a perfeição está vinculada à obediência e à caminhada constante na presença de Deus.
A Medida da Perfeição: “…como é perfeito o vosso Pai celestial.”
A segunda parte do versículo estabelece a medida da nossa busca pela perfeição: a perfeição divina do nosso Pai celestial. Deus é o padrão inatingível e, no entanto, é nesse padrão que somos desafiados a nos espelhar. Embora a perfeição de Deus seja incomparável, a instrução é uma chamada à imitação, uma jornada na qual buscamos refletir a natureza divina em nossa própria vida.
Paulo, em Efésios 5:1, exorta os crentes a serem imitadores de Deus: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados.” Aqui, a imitação de Deus é apresentada como uma expressão natural do relacionamento filial e da busca pela perfeição moral.
A Jornada da Santificação: Desafios e Triunfos na Busca pela Perfeição
Embora o chamado à perfeição seja claro, a jornada da santificação é muitas vezes marcada por desafios e lutas. O apóstolo João, em 1 João 1:8, reconhece a realidade da natureza humana: “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós.” Aqui, a confissão da humanidade destaca a necessidade contínua de dependência da graça divina.
No entanto, a Escritura oferece esperança. Em Filipenses 1:6, Paulo declara: “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo.” Esta promessa ressalta que a obra de santificação, iniciada por Deus, é um processo contínuo que culminará na glorificação final na presença de Cristo.
A Perfeição na Comunhão com Deus: Uma Jornada de Amor e Obediência
O cerne da busca pela perfeição reside na comunhão transformadora com Deus. Jesus, em João 14:15, vincula a perfeição à obediência: “Se me amais, guardai os meus mandamentos.” Aqui, a perfeição não é apenas uma aspiração moral, mas uma expressão de amor e obediência a Deus.
A comunhão com Deus, expressa na busca pela perfeição, não é uma jornada solitária. Em 1 João 4:12, João destaca a comunhão entre crentes como parte integrante da experiência espiritual: “Ninguém jamais viu a Deus; se nos amamos uns aos outros, Deus está em nós, e em nós é perfeito o seu amor.” Aqui, a perfeição é vivida na comunhão mútua e no amor que reflete o caráter divino.
Conclusão: A Busca pela Perfeição como Expressão de Devoção
Ao contemplarmos Mateus 5:48, somos desafiados a abraçar a jornada de busca pela perfeição como uma expressão de devoção a Deus. A perfeição não é uma exigência tirânica, mas um convite para uma vida transformada pela graça, moldada pela busca constante de refletir a natureza divina.
Que, ao abraçarmos essa jornada, possamos experimentar não apenas a transformação pessoal, mas também a comunhão rica com Deus e com os outros, tornando-nos, cada vez mais, imitadores do nosso Pai celestial.
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