Os versículos finais do capítulo 7 de Mateus encerram o célebre Sermão do Monte, uma das porções mais conhecidas e impactantes dos ensinamentos de Jesus. O discurso de Jesus, repleto de sabedoria divina, tocou profundamente a multidão que o ouviu. Mateus 7:28-29 destaca a reação do público, mostrando não apenas a profundidade das palavras de Jesus, mas também a autoridade singular com que Ele ensinava.
Neste estudo, exploraremos como esses dois versículos capturam a essência da autoridade de Cristo e sua distinção dos líderes religiosos da época. Vamos compreender o significado de sua autoridade e o impacto que suas palavras tiveram sobre os ouvintes, contextualizando a cena com outros textos bíblicos que reforçam essa poderosa mensagem.
Explicação Versículo por Versículo
Versículo 28: “E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina;”
Ao concluir o Sermão do Monte, Jesus deixa uma marca indelével nos corações dos ouvintes. A admiração da multidão não foi apenas pelo conteúdo, mas pela forma como Ele ensinava. O termo “doutrina” aqui se refere ao conjunto de ensinamentos que Jesus transmitiu, abrangendo verdades espirituais sobre o Reino de Deus, justiça, fé e o relacionamento com o próximo.
A admiração era uma resposta natural à profundidade das palavras de Jesus, mas também destacava o contraste entre Ele e os escribas e fariseus. Estes últimos frequentemente citavam tradições humanas e interpretações das Escrituras, enquanto Jesus falava com clareza e autoridade direta, afirmando repetidamente: “Eu vos digo”. Essa expressão indicava sua autossuficiência divina, revelando que Ele não dependia de outra fonte senão de Deus (João 14:10).
Além disso, essa reação da multidão cumpre profecias que apontavam para o Messias como aquele que ensinaria com sabedoria divina (Isaías 50:4). A admiração do público mostra como a mensagem do Reino não é apenas uma nova regra, mas uma transformação radical que desafia as tradições humanas.
Versículo 29: “Porquanto os ensinava com autoridade, e não como os escribas.”
Este versículo esclarece a fonte da admiração do público: a autoridade com que Jesus ensinava. Diferente dos escribas, que se baseavam em citações de outros mestres ou em tradições rabínicas, Jesus apresentava seus ensinamentos como a verdade absoluta, sem necessidade de validação externa. Essa autoridade vinha de sua identidade como o Filho de Deus, conforme descrito em João 1:1-3 e Mateus 28:18.
Os escribas, apesar de serem especialistas na Lei, frequentemente distorciam ou adicionavam fardos à Palavra de Deus, como denunciado por Jesus em Mateus 23:2-4. Já Cristo expunha a essência das Escrituras, libertando os ouvintes das tradições humanas e apontando para o verdadeiro propósito da Lei: revelar o coração de Deus (Mateus 5:17).
Essa autoridade divina também é evidente em outras passagens, como em João 7:46, onde guardas enviados para prender Jesus disseram: “Nunca homem algum falou assim como este homem”. A singularidade de sua autoridade era uma confirmação de que Ele era mais que um mestre; Ele era o Messias, o Verbo encarnado.
Conclusão
Mateus 7:28-29 nos convida a refletir sobre a singularidade de Jesus e o impacto transformador de sua mensagem. Sua autoridade não era apenas reconhecida pelas palavras, mas validada por sua vida, obras e, acima de tudo, sua morte e ressurreição. Ele não ensinava teorias ou tradições, mas apresentava a verdade viva e o caminho para o Reino de Deus.
Para os ouvintes daquela época, sua autoridade era algo novo e revolucionário, diferente de qualquer coisa que tivessem experienciado. No entanto, sua autoridade permanece relevante hoje, pois continua a nos chamar para uma transformação espiritual e um relacionamento genuíno com Deus.
Que possamos, como a multidão, nos maravilhar diante da doutrina de Jesus. Mas, mais do que isso, que nossa admiração nos leve a obedecer suas palavras e a segui-lo com fé. Afinal, Jesus não é apenas um mestre; Ele é o Senhor que possui toda autoridade no céu e na terra (Mateus 28:18).
Portanto, ao ouvirmos seus ensinamentos, sejamos desafiados a viver conforme sua verdade, reconhecendo que Ele é o único que pode transformar nosso coração e nos conduzir à vida eterna. Assim como a multidão, possamos reconhecer que sua autoridade é divina e perfeita, confiando plenamente em sua liderança.
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